Tipos de análises de conteúdo

Baseado em FREITAS, H. e JANISSEK, R. Análise Léxica e Análise de Conteúdo. Porto Alegre/RS: Sphinx, 2000.
Uma vez que diferentes fontes de dados estão normalmente disponíveis, pode-se usar vários modelos para explorar, processar e analisar dados. Existem 3 principais diferentes enfoques:
Verificação ou Exploração? Deve-se fazer distinção entre a análise de documentos tendo como objetivo a hipótese de verificação (sabendo-se o que se busca e podendo-se quantificar os resultados - neste caso o objeto é preciso), e aquela análise cujo objetivo seja exploração ou definição de hipóteses, onde a análise é menos rigorosa e sistemática, seguindo papéis e técnicas que não podem ser padronizadas, visto que faz apelo à intuição e à experiência.
Análise quantitativa ou análise qualitativa? A análise quantitativa tenta acumular a frequência de temas, palavras ou símbolos, enquanto análise qualitativa é baseada na presença ou ausência de dadas características. Outra dicotomia quali-quanti é impressões versus sistematizações, hipóteses ao invés de verificações, e flexibilidade como oposto à rigidez. O que é importante deve estar claro em cada um dos tipos de análise. O número de vezes que um dado elemento ocorre é o que conta para a análise quantitativa, enquanto a novidade, interesse, tema ou atributo subjetivo é o objeto da análise quali. Sempre se tem um dilema: adotar categorias representativas, ou reagrupar deliberadamente os dados em um pequeno número de categorias, sacrificando informações. A Análise de Conteúdo se sustenta ou se destrói pelas suas categorias. Assim, sugere-se uma série de categorias mais frequentemente empregadas, do tipo “o que é dito” (tema, sentido, padrão, valores, métodos, características, origem, tempo, conflito, etc) e “como é dito” (forma ou tipo de comunicação, método ou técnica utilizada, forma de definição).
Análise direta ou indireta? A análise quantitativa direta, medida mais comumente utilizada, consiste em contabilizar as respostas tal qual elas aparecem; já a análise quantitativa indireta pode, por vezes, além do que se tem como resultado claro e manifesto, obter por inferência, até mesmo aquilo que o autor deixou subentendido. Este tipo de informação (escolha das palavras, ritmo do discurso, etc) pode ser muito reveladora. Pode-se, então, a partir de uma análise quantitativa, buscar uma interpretação mais sutil, ou o que é latente sob a linguagem explícita utilizada no texto. A interpretação indireta, que vai além do que é dito, não é algo amparado apenas no qualitativo, ela pode perfeitamente se apoiar num conteúdo quantificado (e que possa ser destacado como exemplo).
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