Economia da experiência e conexões: (re)pensando o processo de busca de dados e de uso da informação

Nos dias 05 e 06 de outubro, a SPHINX Brasil participou do Festival de Interatividade e Comunicação (FIC 2017), evento realizado na cidade de Porto Alegre e que contou com a participação de mais de 900 profissionais e alunos das áreas de Design, Marketing, Comunicação e Tecnologia da Informação. Tendo como mote a economia da experiência, foram debatidos nos dois dias do evento diversas tecnologias e métodos que vêm tornando (e tornarão) a sociedade cada vez mais conectada.
Os principais meios que estão revolucionando a dinâmica das relações profissionais, sociais e familiares podem ser agrupados em quatro:
- A nova forma de enxergar as redes sociais - usando-as para o desenvolvimento de trabalhos complexos de forma colaborativa,
- A internet das coisas - que permite aos usuários buscar nos dispositivos em que estiverem interagindo as informações necessárias para uma melhor experiência de uso,
- O desenvolvimento de aplicativos orientados pelo design de experiência - que tornarão as interfaces de relacionamento com os nossos dispositivos mais simples e intuitiva; e
- A visão dos dispositivos (veículos, eletroeletrônicos, etc) como meios para realização de tarefas - e não simplesmente como posses.
O uso composto desses 4 meios permite, por exemplo, que uma ambulância interaja automaticamente com os veículos a sua frente para desviá-los do seu caminho, ocasionando o menor transtorno possível aos veículos e, ainda assim, agilizando o deslocamento de um paciente para atendimento de urgência. O desejo de fazer um bolo de cenoura, manifestado no grupo de WhatsApp da família, poderá permitir, por exemplo, que a geladeira e os armários da cozinha verifiquem a presença dos ingredientes necessários e, havendo a necessidade de compra de algum ingrediente, automaticamente o incluam na lista de compras ou já emitam um pedido para o supermercado mais próximo.
Se, sob a ótica do usuário torna-se evidente a forma como esses meios mudarão sua vida, tomando os conteúdos debatidos sob o ponto de vista da área de pesquisa e análise de dados, é possível perceber a infinidade de métricas que poderão ser automaticamente coletadas a partir da interação do homem com os dispositivos a sua disposição. O registro de cada clique, a rota de navegação por um aplicativo ou website, o tempo entre a execução de uma ação e outra, a posição do olho do usuário quando interage em um ambiente de realidade virtual são exemplos de registros possíveis de ser obtidos e que podem trazer uma outra perspectiva na compreensão do comportamento humano. Ainda, a possibilidade de interagir de forma breve com os respondentes em tempo real ou em diversos momentos do ciclo de relacionamento do indivíduo com a empresa (e não mais apenas via submissão de um longo formulário de pesquisa após o encerramento do ciclo, onde diversos dos critérios de avaliação já se perderam no tempo e foram esquecidos pelos avaliadores em função de novas interações suas com a empresa) permite compreender as causas de atitudes e comportamentos de uma forma muito mais aprofundada. Testes de produtos elaborados com mais profundidade, a realização de experimentos que antes se tornavam custosos ou inviáveis em função do isolamento de determinadas variáveis de observação e a análise em tempo real de registros de navegação são ferramentas que já estão a disposição de gestores e profissionais de marketing. É necessário, a partir de agora, (re)pensar o processo de busca de dados e de uso da informação. Estamos dispostos a pensar os projetos de pesquisa sob essa nova perspectiva de interatividade. Vamos interagir para tornar isso possível?